
A presença do Esporte na sociedade brasileira vem crescendo significativamente, praticado por atletas profissionais ou pela prática de atletas amadores. O fato é que cresce a cada dia o número de pessoas que aderem à prática esportiva com frequência, seja nas academias, nas corridas de rua, nos programas de qualidade de vida, nos centros comunitários esportivos, clubes, entre outros espaços que possibilitam tais práticas.
Com o advento da Copa de Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Brasil, as(os) psicólogas(os) ganham um papel social importante. Desde discussões como as questões éticas envolvidas no alto rendimento esportivo, até aquelas relativas aos direitos humanos das pessoas que tem sido vitimizadas, discriminadas, violentadas e retiradas de diferentes espaços urbanos para a realização de construções gigantescas em prol dos Megaeventos. Essa realidade instala a necessidade de reflexões críticas com as quais a Psicologia deve contribuir: essas ações se apresentam em benefício de quê? Para quem? O que a Psicologia tem a ver com isso? Como podemos interferir nessa realidade?
Entendemos que o campo da Psicologia do Esporte tem, nessas temáticas, uma contribuição importante. Desde que foi consolidada a especialidade em Psicologia do Esporte, a partir da resolução do CFP 13/2007, houve aumento pela procura de trabalho na área. Porém, reconhecemos que ainda é necessário identificar e conhecer as práticas em Psicologia do Esporte e dar visibilidade às atuações desses profissionais.
A atuação das(os) psicólogas(os) no esporte está relacionada ao estudo, identificação e compreensão de teorias e técnicas psicológicas que podem ser aplicadas ao contexto do esporte e do exercício físico, tanto em nível individual como grupal. Sua atuação, quando voltada para o esporte de alto rendimento, visa ajudar técnicos e atletas a fazerem uso de princípios e técnicas psicológicas para alcançar um nível ótimo de saúde mental, maximizar o rendimento e otimizar a performance. Em relação às demais práticas esportivas, a Psicologia contribui para a identificação de princípios e padrões de comportamento de adultos e crianças participantes de atividade física. Também participa na construção e desenvolvimento de projetos esportivos, atua em equipes muldisciplinares na preparação de estratégias de trabalho, realiza atividades de caráter profilático e recreacional, atividades educacionais, de lazer e de reabilitação. Colabora para a adesão e participação aos programas de atividades físicas da população em geral ou portadora de necessidades especiais, além de atuar nas políticas públicas para o esporte em busca da qualidade de vida das pessoas.
Dar visibilidade para essas possibilidades de intervenção, produzir e divulgar referências para sua qualificação, fazer gestões visando a ampliação das(os) psicólogas(os) nas políticas de Esporte, ampliar diálogo com os vários grupos organizativos do campo são propostas do Movimento Pra Cuidar da Profissão – SP para essa área da Psicologia.
A Psicologia deve CUIDAR disso.